Domingo, 2 de maio de 2010, Aldeia de Carapicuíba. Festa de Santa Cruz.
À tarde acompanhei, ao violão, o valoroso grupo Ô de Casa da Vila Sabrina, Zona Norte de São Paulo, em seu Sarau Caipira, um dentre vários programas culturais idealizados por seus principais responsáveis, Marcos Silva e Eli Clemente. Foi uma tarde especial, inesquecível! Naquele cenário histórico desfilou a genuína arte popular brasileira em forma de poesia e música, uma cultura que o povo necessita conhecer e que haverá de reconhecer. Talento para ouvir não lhe falta.
Um exemplo disso foi a atenção com que o público assistiu à minha execução do Prelúdio nº 5 de Heitor Villa-Lobos. Nos meus vinte e cinco anos de carreira violonística não havia presenciado ambiente mais perfeito para esta jóia escrita em 1940. Primeiro porque é uma das várias obras em que o compositor faz referência ao universo caipira, ao lado do famoso Trenzinho do Caipira, da Lenda do Caboclo, de algumas das Serestas, etc. Segundo, o cenário e a história do aldeamento de Carapicuíba. Lembremo-nos de que Villa-Lobos se auto-intitulava índio de casaca.
Devo destacar dois pontos culminantes do sarau: a declamadora Zoraide em "As Três Lágrimas" (Campos Negreiros) e as meninas Joyce e Daiane em "A Madrasta" (Domínio Público), respectivamente a tradição da arte de declamar e a esperança da continuação dessa arte por futuras gerações.
Após o sarau, em outro momento da festa, o grupo apresentou a encantadora dança do "Trança Fitas".
Quanto ao outro Brasil, ou melhor, o Brazil, levará um baita susto quando se der conta da riqueza de nossa cultura mais genuína.
Aos músicos eruditos: "Saí da toca: há uma audiência bonita, há muito tempo ansiosa por conhecê-los e abraçá-los!"
Tobi:
ResponderExcluirMuito obrigado pelo bonito comentário. A beleza do sarau derivou, em grande parte, da beleza de seu violão.
Abraços:
Marcos Silva
Marcos,
ResponderExcluirEu é que lhe devo minha eterna gratidão!
Afinal, você, Eli, Tania e Bia são os responsáveis por me trazerem de volta o prazer de tocar!
Meu mais afetuoso abraço,
Tobi